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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Um time de peso (Vinicius, Tom, Chico...)

Foto recebida de Ciro, que, segundo ele,...
"Esta foto foi tirada em 1965, na casa de Vinícius de Moraes, não sei por qual fotógrafo.
Dizem que estavam em uma reunião para organizar um movimento (que, aliás, não foi pra frente) com o objetivo de revitalizar a música de carnaval.
Tem aí uma “infiltrada”, a Jandira Negrão de Lima (24),  que era apenas a filhota do então governador Negrão de Lima.
Aquela não identificada, com cachorrinho no colo, entre o Zé Ketti e o Eumir Deodato, parece ser a Miúcha.
Este um “time de peso” da nossa MPB, com certeza!!!! "

Moacyr Scliar: A velhice maquiada

Moacyr Scliar: A velhice maquiada


Livro lançado nos Estados Unidos ensina aos idosos como não parecer idosos
MOACYR SCLIAR


O chamado abismo entre gerações só fez se aprofundar nas últimas décadas, em primeiro lugar porque as pessoas estão vivendo mais, o que aumenta a proporção de idosos na população, e depois porque a tecnologia, que não para de avançar, substituiu aquela tradicional sabedoria que tornava os velhos pessoas respeitáveis. A velhice perdeu muito de seu prestígio; mostra-o um livro recentemente aparecido nos Estados Unidos que tem como objetivo exatamente isso: ensinar aos idosos como não parecer idosos.

Intitula-se How Not to Act Old (Como não Agir à Moda dos Velhos, em livre tradução). É obra da jornalista e escritora Pamela Redmond Satran (este sobrenome lembra Satan, e acho que não por acaso, como já veremos). Trata-se de uma ampliação do website hownottoactold.com, pelo jeito muito popular. E suas considerações não se restringem a roupas, dieta, botox e cirurgia plástica; envolvem o estilo de viver e a maneira de falar.
São dezenas de conselhos, alguns primando pela obviedade. Cuidado com a gíria, diz Ms. Satran, e de fato todo mundo sabe que o uso de gíria antiga é sinal de velhice. Quem usa a expressão azar fresquinho? E saindo um pouco da gíria, quem chama táxi de carro de praça, senão os mais antigos? Se você for convidada para um casamento, não mande fazer vestido novo. Não chore na hora da cerimônia. Para os homens: não fique bêbado. Se vai viajar, não fique ansioso, não chegue no aeroporto três horas antes. Não prepare uma bagagem de quem está emigrando.
Mas Satran vai mais além. Ela também sugere os assuntos sobre os quais se deve e não se deve falar. Menopausa, por exemplo, é assunto tabu. Doença também é. Idosos estão proibidos de falar sobre suas mazelas (diabetes, pressão alta) e sobre a quantidade de medicamentos que estão tomando, um tema aliás, preferencial. Mais: devem evitar conselhos, tipo "vai chover, leve o guarda-chuva".

Até aí ainda dá para aceitar. Mas há um outro assunto tabu: os netos. A dúvida inevitavelmente emerge: o que farão os avós corujas, que são praticamente todos os avós? Como conseguirão reprimir a vontade de contar a última do netinho ou da netinha, de mostrar as fotos, coisa que, aliás, ficou frequente, agora que todo o mundo têm cameras digitais?
Mas o livro chega ao clímax quando Sartran formula o seu conselho maior: "Não morra". Logo em seguida, porém, dá-se conta do absurdo - nem os membros da Academia Brasileira de Letras acreditam na imortalidade – e emenda: "Mas, se você morrer, escolha morrer como jovem, não como velho". Exemplo de morte jovem: perecer num desastre de moto. É uma coisa tristemente frequente, como a gente constata pelo noticiário, mas será que alguma pessoa, jovem ou idosa, deveria morrer assim?
O pior, porém, é o exemplo que a escritora dá de uma morte de velho: alguém que tem um enfarte fazendo sexo com uma mulher daquelas chamadas de "vida fácil" (espero que esta gíria ainda seja atual). Sartran vê isso como uma coisa vergonhosa e em muitos casos certamente é, mas, convenhamos, é algo que mostra um apego à existência, uma verdadeira celebração do instinto vital, que, sendo instinto, escapa à classificações moralistas.

Ao final do livro, a gente fica se perguntando: valem a pena todas essas precauções? Será que não é melhor assumir a idade que a gente tem, e que, apesar de tudo, traduz uma verdade? Será que os idosos terão de fingir para serem aceitos pelos mais jovens? Se a resposta for afirmativa, não podemos escapar à conclusão de que a autenticidade passou para um segundo plano. E isso não é uma boa. Que pessoas de idade aprendam a usar o computador, que façam esporte, que cuidem da aparência, que aprendam a andar de moto, tudo bem. Mas que renunciem à sua própria vida, à sua identidade, essa não. Os livros de autoajuda têm de arranjar um assunto melhor. Como diz a resenha do jornal Independent, a autora esqueceu só uma coisa: não existe nada mais velho do que ficar se preocupando em como evitar a aparência de velhice.

DONNA ZH

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Hino dos Comedidos


Não me agradam esses homens bem fracionados no tempo, cedendo-se amavelmente em todas as ocasiões.
E mais também não me agradam os partidários tão vários de toda a moderação.
Passo distante dessa gente comedida e moderada, que guarda o vinho 20 anos para bebê-lo mais velho, homens de ferro que só sabem anunciar a mensagem da espera, que aguardam o momento oportuno, que, sempre expelindo relógios, resistem à melhor viagem, que desconhecem as emoções, que sabem apenas sofrer sincronizados as tristezas publicadas nos jornais.
Adeus, moderados.
Adeus, que sou diferente: compreendo a mulher que rasga as vestes e sinto imensa ternura pelo homem desesperado.

Lupe Cotrin

Lupe Cotrim Garaude, de nome completo Maria José Cotrim Garaude Gianotti, (16 de março de 1933 — 18 de fevereiro de 1970) foi uma poetisa e tradutora brasileira, professora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, cujo centro acadêmico leva o seu nome.

Fonte: http://danielpiccirillo.blogspot.com/2010/04/lupim-cotrim.html

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Qualidade de Vida: é permitir-se ir além

Sempre que abordo o tema qualidade de vida, gosto de utilizar a expressão "vida com qualidade".

Ambas parecem ter o mesmo significado, porém um olhar mais acurado descobrirá nelas conotações diferentes.

Todos concordamos que temos que caminhar, tomar sol antes das dez da manhã, passar bloqueador solar, comer melhor, não beber, não fumar... mas, são tantos esses "mandamentos", que, no afã de cumpri-los, podemos acabar estressados, deixando de lado o que certamente é mais importante: a alegria de viver.

O que ocorre é que, nesse cotidiano agitado, em que temos que compatibilizar as exigências de casa e de trabalho, estamos perdendo a capacidade de reconhecer o que é bom e o que é ruim para cada um de nós.

Vivemos o tempo todo preocupados com a violência da cidade, com o dinheiro que precisamos ganhar, com as contas a pagar, se seremos demitidos, se teremos câncer, etc...

Não ousamos mais, não somos mais criativos e não sabemos sequer o momento em que devemos ou não fazer algo.
Nos tornamos escravos de consumos, sem entrarmos em contato se as coisas que consumimos fazem sentido e, principalmente, se as desejamos realmente.
Quantos de nós conseguimos fazer contato verdadeiro consigo mesmo, conhecer suas próprias sensações e sentimentos.

O normal na sociedade é a bitolação, a alienação e a prisão a conceitos que nada significam para as pessoas individualmente e, mesmo assim, elas não conseguem abrir mão desse enganoso "status quo".
Perdeu-se a alegria do bom encontro, de dançar, de cantar no banheiro, de cumprimentar o vizinho, de passear com os filhos, de seduzir o cônjuge, de convidar amigos para fazerem parte de sua vida, de fazer uma boa comidinha para agradar o outro.

Impera o hedonismo, se dá mais valor aos livros de auto-ajuda do que à vida vivida de forma plena, nas alegrias ou nos sofrimentos.

Precisamos, olhar mais para o céu, olhar mais para as crianças que brincam, ver uma "pelada" da molecada na rua, rir alto com os amigos, mesmo em locais públicos, não levar tão a sério os pequenos tombos, rir de si próprio e porque seu time perdeu.
Vida com qualidade é permitir-se ir além.
É sonhar sem deixar de aprender com as possibilidades.
É espantar-se diante do belo, confrontar-se com os amigos sem precisar temê-los.
E saber brigar com os inimigos de forma justa.
Fazer de sua vida, uma taça cheia. Transbordar, porque está se realizando, em processo.
Pessoas precisam se bastar mais, sem, necessariamente, serem auto-suficientes.
Qualidade de vida não é entrar no modismo do "isto não pode, isto não deve"... É caminhar, dançar, transformar e criar a cada momento.


Marisa Speranza
Fonte: www.psicologiaesaude.com.br

Fotos clicadas em 30/01/2011, em Monte Belo do Sul, durante a comemoração da Festa da Vindima.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Por que ter pressa? Repense!

Não é preciso ter pressa. 
A impaciência acelera o envelhecimento, eleva a pressão arterial e apressa a morte. 
Tudo chega a seu tempo. 
Não se pode colher nada antes que amadureça. 
A fruta colhida verde é azeda ou amarga e não faz bem à saúde. 
Quando alguém tenta realizar algo antes do momento propício, com certeza provoca uma situação incômoda e acaba prejudicando a si próprio ou a outras pessoas.

Foto de João Maria Alves