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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Redes sociais têm (todo) poder sobre conteúdo publicado pelo usuário

Sabe aquela foto do seu cachorro que fez sucesso entre os amigos no Facebook? E se ela fosse usada em uma propaganda, sem que você fosse consultado nem recebesse nada por isso? Pode?
Em teoria, sim. E, se você achava que não, é porque nunca deu atenção aos termos de uso e às políticas de privacidade da rede social.
Tal regra não é exclusividade do Facebook. Quem tem conta no Twitter, no Google+ ou no Orkut permite, ao clicar "li" e "aceito" no cadastro, que esses serviços usem, quase sem restrições, as informações pessoais ali publicadas --até para integrar anúncios. Apesar de prevista nas letras miúdas do regulamento dos quatro sites, essa política não torna nenhum deles responsável pelo conteúdo publicado por usuários, como ficou claro em decisão do Superior Tribunal de Justiça.
Na semana passada, a corte isentou o Google de indenizar um usuário que teve um perfil falso criado no Orkut. Decidiu-se que os sites não são obrigados a fiscalizar previamente o conteúdo.
"O provedor só é responsável, se, depois de notificado, não tomar nenhuma atitude", diz Victor Haikal, especialista em direito digital do escritório PPP Advogados.
Os contratos têm outros pontos controversos, como a liberdade que as redes têm de alterar as regras a qualquer momento, sem notificar os usuários, e alguns insólitos, como a restrição (legalmente nula no Brasil) de uso do Facebook por quem já cumpriu pena por crime sexual.
Quem possui contas nessas quatro redes sociais supostamente leu mais de 160 mil caracteres de regras.
Como mostra o quadro abaixo, é mais do que Gabriel García Márquez precisou para, em 1981, contar a "Crônica de uma Morte Anunciada".

Editoria de Arte
SEM DESCULPA
A extensão dos contratos não atenua as consequências da quebra das cláusulas. Ao aceitar os termos sem lê-los, o usuário "foi negligente", diz Haikal. "Você precisa cumprir o contrato. 'Ah, é arbitrário...' Mas você concordou."
Em julho, o programador Michael Lee Johnson publicou anúncio no Facebook para ganhar seguidores no Google+. Todos os seus anúncios foram removidos da rede social.
A exclusão está amparada pelo contrato do Facebook, segundo o qual o site pode remover "qualquer anúncio, por qualquer motivo".
Outro item polêmico que aparece nos contratos é o compartilhamento de informações com terceiros. Quem entra numa rede social por meio de um aplicativo criado por outra empresa autoriza que esta veja seus dados.
Mudanças nas ferramentas oferecidas, se amparadas pela lei, também podem ser feitas à vontade, já que os termos não detalham cada serviço. Há alguns anos, o Orkut criou, sem notificação, um recurso que permite ao usuário ver quem visitou seu perfil. A novidade irritou internautas.
"Temos um compromisso com a transparência, e o recurso foi introduzido nesse sentido. O usuário poderia ativar ou desativar essa funcionalidade quando quisesse", diz Felix Ximenes, diretor de comunicação e políticas públicas do Google Brasil.

Editoria de Arte
Fonte: http://migre.me/5LE3o

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Para explicar o amor Chico cita Montaigne


"Acho a coisa mais simples, mais definitiva, pra explicar o amor entre duas pessoas: gostava dela porque era ela, porque era eu."

Amor e seu tempo - Carlos Drummond de Andrade


Amor e Seu Tempo
Carlos Drummond de Andrade

Amor é privilégio de maduros
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais relvosa,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe

Valendo a pena e o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência
Herdada, ouvida. amor começa tarde.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O que faz do HTML5 especial

O HTML5 promete deixar a internet mais funcional e interativa. Ele objetiva transformar a World Wide Web de páginas relativamente monótonas e estáticas em um campo cheio de aplicativos web – tão convincentes quanto as versões para desktop – rodando em browsers.
Colocado de outra maneira, o HTML5 representa o progresso da linguagem básica que domina a internet. É o link comum que browsers e servidores compartilham quando eles trabalham juntos para renderizar páginas e aplicativos através de plataformas como desktop, laptop, tablet ou smartphone.

Padronizando como páginas são analisadas

Desde o início da era da internet tem existido a necessidade de uma linguagem de códigos comum que cada computador e servidor pudessem usar para comunicar a estrutura e o layout da página. O Hypertext Markup Language (HTML) tem servido como esta forma unificadora de comunicação, mas como padrão ele tende a definir tags, como ou
, e as deixava para os browsers ou outros determinarem como usar a tag, especialmente no que diz respeito aos erros de código. O HTML5 mudou esse paradigma.
Patrick H. Lauke é membro da equipe de relacionamento com desenvolvedores no Opera, o broswer web. Ele afirmou – bem sucintamente – a diferença entre HTML5 e versões anteriores do HTML em um artigo da .Net Magazine em fevereiro, dizendo que “as especificações do HTML5 tem muito mais detalhes – não apenas definindo vários  elementos de markup para os autores, mas também descrevendo exatamente como a markup deve ser analisada”. Dessa maneira, o HTML5 pode ajudar a unificar a renderização através de browsers e plataformas.

Construindo com o que você tem

Em 2004, o World Wide Web Consortium (W3C), que é o corpo de padronizações da web, fez de tudo - só faltando acabar com o HTML - e estava procurando outros caminhos para o futuro da web. Mas algumas pessoas da indústria pensaram que fazia mais sentido expandir o HTML, codificar algumas de suas melhores práticas – até aquelas que tinham sido consideradas inválidas nas iterações anteriores da especificação – incluindo recursos específicos para vendedores, e expandindo a linguagem de modo que o HTML poderia ser usado para desenvolver aplicativos web completamente prontos.
Um novo grupo, o Web Hypertext Applications Technology Working Group (WHATWG), foi formado por pessoas da Apple, do Mozilla, e do Opera para desenvolver uma extensão evolucionária do, até então, padrão HTML. Este projeto seria conhecido como HTML5.
De acordo com o web book de Mark Pilgrim, "Dive into HTML5" (Mergulhe no HTML5), o projeto WHATWG do HTML5 tinha sete princípios básicos:
  • Compatibilidade retroativa com um caminho claro de migração
  • Gerenciamento de falhas bem definidos
  • Os usuários não deveriam ser expostos aos erros do autor
  • Utilidade prática
  • Dispositivo e apresentação de scripting neutro
  • Agnosticismo de Dispositivo
  • Um processo aberto 
Estes princípios tornaram a proposta de evolução do HTML5 especial. Primeiramente, devido à compatibilidade retroativa. O HTML5 não precisa que os desenvolvedores aprendam algo novo. Se o usuário pegar um documento HTML 4.01 e mudar seu tipo de documento para HTML5, ele ainda vai funcionar e validar o arquivo. Além disso, o fato do HTML5 especificar como lidar com as falhas e a análise de tags, resulta em maior consistência, não importando se a página é mostrada no Firefox em um laptop, ou no Opera Mini em um telefone celular.
Eventualmente, o W3C e o WHATWG se juntaram no HTML5 e agora ambos estão buscando uma rápida implementação. A maioria dos browsers modernos, incluindo o recém lançado Microsoft Internet Explorer 9, suporta os recursos mais estáveis do HTML5, o que significa que muitos dos recursos do HTML5 podem ser usados agora mesmo.

Application Programming Interfaces do HTML5

A consistência e a utilidade que o HTML5 oferece é o suficiente para torná-lo intrigante. Mas o seu conjunto de recursos e controles associados, que estão acessíveis através de varias application programming interfaces (APIs), deixa a especificação excepcional.
De maneira simples, para a maioria das tags do HTML5 existe um API baseado em  JavaScript que permite que os desenvolvedores tenham um controle bem específico de como a tag é gerenciada, ou analisada. Dessa maneira, páginas que usam o HTML5 podem se tornar bem mais dinâmicas.
Um exemplo marcante é a canvas tag do HTML5, que age como um container para gráficos gerados a partir de scripts. Usando o canvas e o canvas API, é possível criar gráficos dinâmicos, uma vez que o usuário interage com a página.

Esses gráficos foram todos gerados usando o canas do HTML5 e a biblioteca de gráficos RGraph JavaScript/HTML5
O Canvas também pode ser usado para criar aplicativos de jogos online, ou para celular, como o “Pirates Love Daisies”, ou criar outros gráficos customizados para web.

Jogo ‘Pirates Love Daisies’, de Grant Skinne, usa Canvas do HTML5 para a geração de gráficos.
O HTML5 também inclui tags de áudio e vídeo que permitem ao browser reproduzir filmes, vídeos de demonstração de produtos, ou podcasts sem o uso do Adobe Flash, Microsoft Silverlight, ou outros tipos similares de plug-ins. Mais uma vez, criaram um API de áudio e vídeo que garante um controle bastante especifico aos desenvolvedores de como as tags de áudio e vídeo são apresentadas para os usuários.

HTML5 fornece aos desenvolvedores controle específico sobre o player de vídeo nativo.
Um outro exemplo de como o HTML5 vai além no quesito funcionalidade e utilidade, retirado do livro de Pilgrim:
"Aqui está um exemplo concreto: O HTML5 suporta todas as formas de controle do HTML4, mas também inclui novos controles de entrada. Algumas dessas novidades estão bastante atrasadas, como sliders e date pickers; outros são mais sutis. Por exemplo, o input para digitação de email se parece com uma caixa de texto, mas os browsers de dispositivos móveis irão customizar o teclado na tela de maneira que seja mais fácil digitar o endereço de email. Browsers mais antigos, que não suportam a entrada de endereço de email, vão tratá-los como um campo normal de texto e o formulário funciona sem mudanças nas markups ou scripting hacks. Isso significa que o usuário pode começar a melhorar seus formulários web hoje, mesmo se alguns de seus visitantes estão presos no IE 6". 

O nome HTML5

É importante notar, também, que o nome, HTML5, tem evoluído. Ele se refere, estritamente, à especificação W3C/WHATWG mencionada acima. Mas muitos na indústria têm estendido seu significado para incluir um conjunto de tecnologias para web que, coletivamente, fazem a internet mais “aplicativa”. Estes incluem a especificação HTML5 adequada, a geocalização (que começou como parte do HTML5, mas evoluiu para um padrão separado) e o CSS3 com todos seus novos recursos e capacidades.

O que faz do HTML5 especial

Resumindo, o HTML5 é especial porque faz a internet melhor. Ele buscar melhorar a maneira que a web funciona, facilitando a criação de sites incríveis para os desenvolvedores, e tornando a experiência destes sites mais eficiente para os usuários, independente do browser ou da plataforma que eles estão usando.

Fonte: http://imasters.com.br/artigo/21993/web-standards/o-que-faz-do-html5-especial

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O Ócio Criativo – Domenico de Masi vislumbra o que podemos esperar do futuro

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Domenico De Masi, o que você pode esperar do futuro, na vida, na carreira e no mundo ?
Para os próximos 20 anos, vislumbro dez tendências relacionadas ao trabalho e à vida. Por que dez? Porque precisamos de modelos. E que modelo melhor que Deus e seus dez mandamentos?
1. Longevidade: A Aids, o analfabetismo e boa parte dos tipos de câncer serão debelados. A inseminação artificial estará na ordem do dia. O dióxido de carbono na atmosfera será mínimo. Os cegos verão através de aparelhos. Transplantes de órgãos, naturais e artificiais, permitirão viver mais. Passaremos dos 100 anos, e com boa saúde.
2. Tecnologia: Um único chip será mais potente do que todos os computadores juntos do Vale do Silício de hoje, terá o mesmo tamanho que um neurônio e custará 1 centavo. Todo o trabalho intelectual repetitivo será executado por máquinas, como ocorreu com o trabalho manual neste século.
3. Trabalho e formação: Será cada vez mais difícil fazer uma distinção precisa entre trabalho, estudo e tempo livre. A educação, intensa e permanente, ocupará boa parte da vida. Os horários perderão importância. O que contará no trabalho serão os resultados, não o tempo para fazê-los. A remuneração será calculada de acordo com o valor agregado e as metas atingidas. Haverá, decerto, um novo pacto social para redistribuir a riqueza, o trabalho, o conhecimento e o poder. Uma guerra sem cartel será travada entre a criatividade e a burocracia. Ninguém vai fazer trabalho braçal por mais de cinco anos. Donas de casa e estudantes devem ser remunerados, assim como os desempregados. Trabalhos voluntários e obras sociais estarão por toda parte.
4. Onipresença: Estaremos em contato com qualquer um, em qualquer lugar, por celular e Internet. À distância, aprenderemos, trabalharemos, amaremos e nos divertiremos. Corremos o risco de nos tornarmos virtuais demais, por falta de contato direto com outras pessoas. O sedentarismo desse modo de vida pode nos tornar obesos. Mas a cirurgia plástica resolverá isso – modificaremos o corpo e a fisionomia a bel-prazer. Graças a novos remédios, controlaremos ou melhoraremos nossos sentimentos.
5. Tempo livre: A maior longevidade e o apoio da tecnologia aumentarão as horas de ócio. Ironicamente, o problema do próximo século será como ocupar o tempo livre de forma a evitar o tédio. Cresceremos intelectualmente? Tenderemos à criatividade ou à dispersão? Prevalecerá a violência ou a harmonia? São perguntas ainda sem resposta. O que se pode afirmar é que teremos de nos preparar para ocupar o tempo livre da mesma forma que nos preparamos hoje para trabalhar.
6. Androginia: As mulheres estarão no centro da sociedade. Valores considerados femininos (emotividade, subjetividade, flexibilidade) serão incorporados pelos homens. No estilo de vida, prevalecerá a androginia.
7. Estética: Como a perfeição técnica deve ser um requisito, o que vai fazer a diferença são as qualidades formais. Ou seja, forma vai ser tão ou mais importante que conteúdo. Daí as atividades estéticas virem a ser valorizadíssimas – assim como ocorre hoje com as científicas.
8. Ética: Numa sociedade voltada à prestação de serviços, a fidelidade do cliente será a maior vantagem competitiva. A ética de um profissional será seu mais alto patrimônio. Apenas os homens de caráter vencerão nesse mundo. Da mesma forma que a sociedade industrial é relativamente menos violenta do que foi a medieval, a sociedade pós-industrial será menos violenta do que a industrial.
9. Subjetividade: Mais do que hoje, o que diferenciará profissionalmente uma pessoa da outra serão seus gostos e seu comportamento. As pessoas devem fazer só as coisas pelas quais se apaixonem e só trabalharão em áreas que as motivem. A motivação será um fator muito competitivo.
10. Qualidade de vida: As pessoas não aceitarão trabalhos que as impeçam de viver bem. Uma vez que viver mais será fato consumado, a preocupação será como viver e não o quanto viver. Estarão em alta a disponibilidade de tempo, de espaço, de autonomia, de silêncio, de segurança e de convivência.

Trecho extraído do livro O Ócio Criativo, de Domenico de Masi
Fonte: http://bit.ly/nboqbt