O HTML5 promete deixar a internet mais funcional e interativa. Ele objetiva transformar a World Wide Web de páginas relativamente monótonas e estáticas em um campo cheio de aplicativos web – tão convincentes quanto as versões para desktop – rodando em browsers.
Colocado de outra maneira, o HTML5 representa o progresso da linguagem básica que domina a internet. É o link comum que browsers e servidores compartilham quando eles trabalham juntos para renderizar páginas e aplicativos através de plataformas como desktop, laptop, tablet ou smartphone.
Padronizando como páginas são analisadas
Desde o início da era da internet tem existido a necessidade de uma linguagem de códigos comum que cada computador e servidor pudessem usar para comunicar a estrutura e o layout da página. O Hypertext Markup Language (HTML) tem servido como esta forma unificadora de comunicação, mas como padrão ele tende a definir tags, como
ou
, e as deixava para os browsers ou outros determinarem como usar a tag, especialmente no que diz respeito aos erros de código. O HTML5 mudou esse paradigma.
Patrick H. Lauke é membro da equipe de relacionamento com desenvolvedores no Opera, o broswer web. Ele afirmou – bem sucintamente – a diferença entre HTML5 e versões anteriores do HTML em um artigo da .Net Magazine em fevereiro, dizendo que “as especificações do HTML5 tem muito mais detalhes – não apenas definindo vários elementos de markup para os autores, mas também descrevendo exatamente como a markup deve ser analisada”. Dessa maneira, o HTML5 pode ajudar a unificar a renderização através de browsers e plataformas.
Construindo com o que você tem
Em 2004, o World Wide Web Consortium (W3C), que é o corpo de padronizações da web, fez de tudo - só faltando acabar com o HTML - e estava procurando outros caminhos para o futuro da web. Mas algumas pessoas da indústria pensaram que fazia mais sentido expandir o HTML, codificar algumas de suas melhores práticas – até aquelas que tinham sido consideradas inválidas nas iterações anteriores da especificação – incluindo recursos específicos para vendedores, e expandindo a linguagem de modo que o HTML poderia ser usado para desenvolver aplicativos web completamente prontos.
Um novo grupo, o Web Hypertext Applications Technology Working Group (WHATWG), foi formado por pessoas da Apple, do Mozilla, e do Opera para desenvolver uma extensão evolucionária do, até então, padrão HTML. Este projeto seria conhecido como HTML5.
De acordo com o web book de Mark Pilgrim, "Dive into HTML5" (Mergulhe no HTML5), o projeto WHATWG do HTML5 tinha sete princípios básicos:
- Compatibilidade retroativa com um caminho claro de migração
- Gerenciamento de falhas bem definidos
- Os usuários não deveriam ser expostos aos erros do autor
- Utilidade prática
- Dispositivo e apresentação de scripting neutro
- Agnosticismo de Dispositivo
- Um processo aberto
Estes princípios tornaram a proposta de evolução do HTML5 especial. Primeiramente, devido à compatibilidade retroativa. O HTML5 não precisa que os desenvolvedores aprendam algo novo. Se o usuário pegar um documento HTML 4.01 e mudar seu tipo de documento para HTML5, ele ainda vai funcionar e validar o arquivo. Além disso, o fato do HTML5 especificar como lidar com as falhas e a análise de tags, resulta em maior consistência, não importando se a página é mostrada no Firefox em um laptop, ou no Opera Mini em um telefone celular.
Eventualmente, o W3C e o WHATWG se juntaram no HTML5 e agora ambos estão buscando uma rápida implementação. A maioria dos browsers modernos, incluindo o recém lançado Microsoft Internet Explorer 9, suporta os recursos mais estáveis do HTML5, o que significa que muitos dos recursos do HTML5 podem ser usados agora mesmo.
Application Programming Interfaces do HTML5
A consistência e a utilidade que o HTML5 oferece é o suficiente para torná-lo intrigante. Mas o seu conjunto de recursos e controles associados, que estão acessíveis através de varias application programming interfaces (APIs), deixa a especificação excepcional.
De maneira simples, para a maioria das tags do HTML5 existe um API baseado em JavaScript que permite que os desenvolvedores tenham um controle bem específico de como a tag é gerenciada, ou analisada. Dessa maneira, páginas que usam o HTML5 podem se tornar bem mais dinâmicas.
Um exemplo marcante é a canvas tag do HTML5, que age como um container para gráficos gerados a partir de scripts. Usando o canvas e o canvas API, é possível criar gráficos dinâmicos, uma vez que o usuário interage com a página.
Esses gráficos foram todos gerados usando o canas do HTML5 e a biblioteca de gráficos RGraph JavaScript/HTML5
O Canvas também pode ser usado para criar aplicativos de jogos online, ou para celular, como o “Pirates Love Daisies”, ou criar outros gráficos customizados para web.
Jogo ‘Pirates Love Daisies’, de Grant Skinne, usa Canvas do HTML5 para a geração de gráficos.
O HTML5 também inclui tags de áudio e vídeo que permitem ao browser reproduzir filmes, vídeos de demonstração de produtos, ou podcasts sem o uso do Adobe Flash, Microsoft Silverlight, ou outros tipos similares de plug-ins. Mais uma vez, criaram um API de áudio e vídeo que garante um controle bastante especifico aos desenvolvedores de como as tags de áudio e vídeo são apresentadas para os usuários.
HTML5 fornece aos desenvolvedores controle específico sobre o player de vídeo nativo.
Um outro exemplo de como o HTML5 vai além no quesito funcionalidade e utilidade, retirado do livro de Pilgrim:
"Aqui está um exemplo concreto: O HTML5 suporta todas as formas de controle do HTML4, mas também inclui novos controles de entrada. Algumas dessas novidades estão bastante atrasadas, como sliders e date pickers; outros são mais sutis. Por exemplo, o input para digitação de email se parece com uma caixa de texto, mas os browsers de dispositivos móveis irão customizar o teclado na tela de maneira que seja mais fácil digitar o endereço de email. Browsers mais antigos, que não suportam a entrada de endereço de email, vão tratá-los como um campo normal de texto e o formulário funciona sem mudanças nas markups ou scripting hacks. Isso significa que o usuário pode começar a melhorar seus formulários web hoje, mesmo se alguns de seus visitantes estão presos no IE 6".
O nome HTML5
É importante notar, também, que o nome, HTML5, tem evoluído. Ele se refere, estritamente, à especificação W3C/WHATWG mencionada acima. Mas muitos na indústria têm estendido seu significado para incluir um conjunto de tecnologias para web que, coletivamente, fazem a internet mais “aplicativa”. Estes incluem a especificação HTML5 adequada, a geocalização (que começou como parte do HTML5, mas evoluiu para um padrão separado) e o CSS3 com todos seus novos recursos e capacidades.
O que faz do HTML5 especial
Resumindo, o HTML5 é especial porque faz a internet melhor. Ele buscar melhorar a maneira que a web funciona, facilitando a criação de sites incríveis para os desenvolvedores, e tornando a experiência destes sites mais eficiente para os usuários, independente do browser ou da plataforma que eles estão usando.
Fonte: http://imasters.com.br/artigo/21993/web-standards/o-que-faz-do-html5-especial