É uma coisa relativa!?
O sociólogo Peter Berger escreveu livrinho delicioso: "Introdução à Sociologia".
Um dos seus capítulos tem um título estranho e delicioso:
"Como trapacear e se manter ético ao mesmo tempo".
Estranho à primeira vista. Mas logo se percebe que, na política, é de suma importância juntar ética e trapaça. Para explicar vou contar uma historieta.
Havia numa cidade dos Estados Unidos uma igreja batista.Os batistas, como se sabe, são um ramo do cristianismo muito rigoroso nos seus princípios éticos.
Havia na mesma cidade uma fábrica de cerveja que, para a igreja batista, era a vanguarda de Satanás.
O pastor não poupava a fábrica de cerveja nas suas pregações.. Aconteceu, entretanto, que, por razões pouco esclarecidas, a fábrica de cerveja fez uma doação de 500 mil dólares para a dita igreja. Foi um auê.. Os membros mais ortodoxos da igreja foram unânimes em denunciar aquela quantia como dinheiro do Diabo e que não poderia ser aceito.
Mas, passada a exaltação dos primeiros dias, acalmados os ânimos, os mais ponderados começaram a analisar os benefícios que aquele dinheiro poderia trazer: uma pintura nova para a igreja, um órgão de tubos, jardins mais bonitos, um salão social para festas.
Reuniu-se então a igreja em assembléia para a decisão democrática.Depois de muita discussão registrou-se a seguinte decisão no livro de atas:
"A Igreja Batista Betel resolve aceitar a oferta de 500 mil dólares feita pela Cervejaria na firme convicção de que o Diabo ficará furioso quando souber que o seu dinheiro vai ser usado para a glória de Deus."
È bem isto! Ser ético não é das atitudes a mais fácil, nao.
(Minha primeira postagem em 2008. Mas nao podia deixar de fazê-lo. Achei este texto muito interessante. Nos faz pensar muito sobre o assunto: Ser ético? Quanto vale para ser ético? Qual o limite? )