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terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

ÉTICA

É uma coisa relativa!?

O sociólogo Peter Berger escreveu livrinho delicioso: "Introdução à Sociologia".


Um dos seus capítulos tem um título estranho e delicioso:

"Como trapacear e se manter ético ao mesmo tempo".

Estranho à primeira vista. Mas logo se percebe que, na política, é de suma importância juntar ética e trapaça. Para explicar vou contar uma historieta.

Havia numa cidade dos Estados Unidos uma igreja batista.Os batistas, como se sabe, são um ramo do cristianismo muito rigoroso nos seus princípios éticos.

Havia na mesma cidade uma fábrica de cerveja que, para a igreja batista, era a vanguarda de Satanás.

O pastor não poupava a fábrica de cerveja nas suas pregações.. Aconteceu, entretanto, que, por razões pouco esclarecidas, a fábrica de cerveja fez uma doação de 500 mil dólares para a dita igreja. Foi um auê.. Os membros mais ortodoxos da igreja foram unânimes em denunciar aquela quantia como dinheiro do Diabo e que não poderia ser aceito.

Mas, passada a exaltação dos primeiros dias, acalmados os ânimos, os mais ponderados começaram a analisar os benefícios que aquele dinheiro poderia trazer: uma pintura nova para a igreja, um órgão de tubos, jardins mais bonitos, um salão social para festas.

Reuniu-se então a igreja em assembléia para a decisão democrática.Depois de muita discussão registrou-se a seguinte decisão no livro de atas:

"A Igreja Batista Betel resolve aceitar a oferta de 500 mil dólares feita pela Cervejaria na firme convicção de que o Diabo ficará furioso quando souber que o seu dinheiro vai ser usado para a glória de Deus."

È bem isto! Ser ético não é das atitudes a mais fácil, nao.

(Minha primeira postagem em 2008. Mas nao podia deixar de fazê-lo. Achei este texto muito interessante. Nos faz pensar muito sobre o assunto: Ser ético? Quanto vale para ser ético? Qual o limite? )

2 comentários:

Momo disse...

Ética é uma coisa relativa sim. A ética só se aplica quando se tem uma escolha.

Ex: Um homem trabalha em uma industria, e seu chefe oferece a ele um aumento de salário para, ao invez de tratar os residuos da industria, jogá-los na natureza. Caso não concordasse, iria ser demitido.

Se o homem fosse pobre, e precisasse do dinheiro para sustentar sua familia e não pudesse ficar sem emprego, a ética não se aplica a ele, porque ele não tem outra escolha. Já, se o homem fosse bem resolvido, trabalhasse em outros lugares, e encarasse aquele aumento apenas como uma melhora na vida, e pudesse perder aquele emprego e procurar um outro, isso seria o ético a se fazer. Porem, caso ele queira o dinheiro a mais, não seria uma escolha ética, por que ele tem a escolha de continuar ali ou ir para outra empresa que tenha uma postura ética.

Os argumentos da igreja foram bons, e ela conseguiu aquilo que queria: receber o dinheiro que ajudaria muito na igreja, e ao mesmo tempo pregar contra a cervejaria. O não ético imagino eu seria ela receber o dinheiro sem dar uma justificativa.

Bom Rute, poste mais regulamente, eu gosto de discutir esse tipo de assuntos. É bom compartilhá-los.

Beijos, Mônica (da escola técnica).

Rute Favero disse...

Gostei da forma como colocaste teu argumento, Monica! parabens!
Tu tens razao no q dizes. Realmente a ética é relativa. Ela depende de variáveis, por vezes, infindáveis. Sabe-se q acima de tudo existe uma variável q é a vida. Ela comanda tudo...
Vou tentar postar mais seguido, sim. Obrigada pelo comentario, lindinha!
beijos. Rute