Fiquei pensando, porque o Natal é uma data triste...
Mas que ambíguo sentimento! Também sinto que é uma data alegre, de muita felicidade, e mesmo assim, choro. Choro sempre que lembro de Natal, com um espírito mais aberto, quando penso com espírito de Natal.
Por que??
Pensei e acho que sei o porquê!
Não é necessariamente porque Jesus nasceu, não tem necessariamente uma ligação religiosa. Está diretamente ligado a nossa infância.
Quem não sonhou, nos dias que antecediam o Natal, quando criança, com as melhores coisas do mundo?
Cada criança sonhava os seus sonhos, com a visão que tinha do seu mundo, com os limites que seu mundo lhe impunha. Mas sonhávamos os sonhos mais intensos, mas ricos, mais plenos.
O que era impossível? Nada! Nada era impossível enquanto o Natal não vinha.
Para muitos, senão a maioria, o dia do Natal sempre era uma grande surpresa, mas também sempre nos colocava diante da nossa realidade, às vezes, nem tão bela como havíamos sonhado.
Lá estava um humilde presente, mas ... quem não curtia o seu presentinho e lhe dava o valor que cabia a seus sonhos? Todos os sonhos cabiam dentro daquele pequeno presente. E por instantes esquecíamos que havia uma distância entre o sonho e a realidade.
Como vemos o Natal hoje? Como o vejo?
Fugimos, fugimos ... mas eis que de repente alguém nos cutuca e diz:
—"Hei, o Natal está ai!"
Pois é... então...
Abra os olhos. Abra teu coração e não tenha medo de sonhar de novo. Sonhe e sonhe cada vez mais alto. Mesmo que, mais uma vez, no dia do Natal venhas a perceber que a distancia que separa o sonho da realidade seja intransponível, sonhe! Volte a sentir com o coração de criança.
Não tenha medo! Seja criança novamente. Sorria! Deixe seu coração disparar ao imaginar os presentes debaixo da arvore de Natal, ao imaginar seus sonhos realizados.
Não seja tão adulto! NÃO!!
Deixe aflorar em ti a criança que acreditava no "Natal, Natal das crianças. Natal da estrela guia. Natal do Menino Jesus".
Por ser, hoje, tão difícil deixar a criança sair um pouquinho da toca, é que fico triste e choro.
Percebo que, muitas vezes, a criança fica encarcerada. Fico triste, mas nem sempre sei como soltá-la. Apenas me finjo de forte, de alegre, sorriso estampado no rosto, mas olhos tristes, pois estes jamais esconderão os sentimentos sentidos no coração.
Ser criança novamente? Oh, meu Deus! Como é difícil!
Por isso que muitas pessoas não gostam do Natal. Não sabem mais onde se escondeu a maravilhosa criança que existe dentro de cada um.
E aí, como ser feliz, ingenuamente feliz??? Só resta uma alegria disfarçada.
Oh, bella criança, saia do teu esconderijo!
O jogo de esconde-esconde acabou.
Está na hora de recomeçarmos uma nova brincadeira: a brincadeira do sonho. A brincadeira onde tudo é possível.
Onde todos são filhos de Papai Noel, e, portanto, onde todos somos irmãos.
Uau!! Que familiona!!
"Papai Noel, vê se você tem a felicidade pra você me dar..."
Texto escrito em 20/12/2001
Foto clicada por Maria Luiza Favero, do presépio feito pelos meus pais, na Dolorata - Santa Tereza - RS
7 comentários:
Querida irmã, o sentimento que nutrimos com o Natal, de sonho, do dia mais que especial, onde um sentimento de amor, de esperança, de euforia toma conta da gente, como se essa noite as estrelas fossem brilhantes, se lua fosse de ouro, se ar fosse perfume, de que o Menino foi e sempre será menino, de acreditar que todos no mundo enfim, podem viver em comunhão, vem de dois corações que transbordaram... onde não tinha Papai Noel, mas tinha amor, onde podia não ter o melhor presente, mas tinha carinho, e uma vontade muito grande de que todos enfim, fossemos irmãos no melhor sentido da palavra. Essa época para mim é de medo (desde criança, pelos motivos q tu sabes), mas tem tudo isso. Então acho q para todos nós isso tudo é misturado.
Beijos e até breve!
Votos de um Natal de harmonia, paz e muito amor (pois esse temos de sobra é só não ter vergonha de deixá-lo escapolir).
Aproveito e declaro o amor a ti e a cada um dos meus plurais irmãos.
Irmã... (irmã? qual delas?).. sei, sei bem do q falas. Sei dos dois corações q transbordaram e ainda transbordam amor, amor eterno, amor infinito, amor incondicional aos seus 7 filhos.
Por sorte tivemos e temos eles. Por sorte!
Até bem breve
beijo
Rute
É triste sim... pensamos nas separações, nos queridos agora ausentes, da alegria sem tamanho na criança que um dia fomos...
E ainda somos! Enquanto há vida verdadeira, há infantil eterna chama!
Rute, voce é uma pessoa maravilhosa.
Feliz e abençoado Natal é o que reside em teu coração.
Paz
Linda a foto Rute, e muito tocante teu texto!
Infelizmente a realidade está batendo muito forte em minha cara de adulta, sem tempo para que minha criança interior apareça...
Natais de minha infância eram festas grandes, com avós, tios, primos. Arvores enfeitadas, algum tio fantasiado de papai noel, até eu me fantasiei uma vez. Enfim, tinhamos razões para agradecer e alegria para confraternizar!
Hoje somos eu e meus pais...Dia a dia dificil, saude deles precária, mesmo que tenhamos motivos, até por estarmos vivos, nos falta alegria, e principalmente, esperança de dias melhores...
Nossa, como queria ser aquela criança de antes. Sempre gostei do Natal, minha casa fica enfeitada, faço tudo que tenho direito, mesmo que no final fique um caco
Lindo o seu texto.
FELIZ NATAL PARA VOCÊ!
Nossa Rute, preciso recuperar esse sentimento dócil e infantil do Natal...
Lindo texto!
Tenho o mesmo sentimento com relacao ao Natal .
Lindo texto ,parabens !bjos
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