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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Então o cérebro cochila neurônios, enquanto estamos acordados?


Este é um assunto que me interessa deveras.
Tenho a tendência de dormir pouco. Não consigo mudar isso. É-me muito difícil.
Até tempo atrás não me preocupava com isso, mas depois de ouvir tantas pessoas reclamando disso e falando que só me prejudico...
Comecei a ler mais sobre o assunto e tento descobrir sobre algumas dúvidas minhas.
Provavelmente quem poderia me dar umas respostas seria o neurologista Miguel Nicolelis,

Eu me pergunto, por exemplo, se o cérebro precisa de um número x de horas de sono para reorganizar as informações, como é que ele faz quando a pessoa nunca fica dormindo as tantas horas de sono necessárias? Ele se adapta? 
Será que o cérebro se dá conta de que a pessoa não tem horário fixo para dormir e, tampouco, uma quantidade ideal de horas de sono e, portanto, ele deverá organizar as informações diárias naquele período em que ocorre o sono?

Além disso,   dizem que quem dorme menos ou pouco dorme, não consegue atingir a concentração necessária e, por conseguinte, haverá um menor aprendizado.

Esta notícia me dá uma grande luz. Creio que novos horizontes se descortinarão a partir destes estudos... ou melhor dizendo, também com estes estudos, pois existem outros ocorrendo em paralelo, haja vista, os que o Miguel Nicolelis está pesquisando.

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Pode parecer estranho, mas um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison mostrou que certas regiões do cérebro podem entrar em um estado de sono enquanto estamos acordados.
Simon Cataudo/Divulgação
Simon Cataudo/Divulgação
Pesquisa anterior já mostrou que falta de atenção é comparável com embriaguez
Isso acontece com células nervosas por um curto período de tempo e quando há um quadro de privação do sono. Até agora, acreditava-se que a privação do sono afetava todo o cérebro, mas as observações deste estudo mostraram que certas regiões permanecem alertas.
"Nós sabemos que quando estamos sonolentos nós cometemos erros, nossa atenção fica vaga e a vigilância diminui", disse Dr. Chiara Cirelli, professora de psiquiatria da Escola de Medicina e Saúde Pública. "Nós observamos em exames de eletroencefalogramas que mesmo enquanto acordados podemos passar por períodos curtos de "micro sono", explica a professora.
A pesquisa, que foi publicada na revista científica Nature, obteve estes resultados a partir da análise do cérebro de ratos. Para isso, os pesquisadores inseriram sondas em grupos específicos de neurônios. Depois de fazer com que os animais ficassem acordados por longos períodos, os cientistas comprovaram a partir dos dados das sondas que os ratos apresentavam áreas "adormecidas" apesar de estarem acordados e ativos. "Mesmo quando alguns neurônios foram "desligados", os resultados dos eletroencefalogramas indicaram que os ratos estava acordados", disse Cirelli.
Para saber como os animais se comportavam neste estado, os pesquisadores os desafiavam com tarefas básicas, como alcançar uma pastilha de açúcar com uma pata. Alguns ratos derrubaram as pastilhas e outros nem conseguiram alcançá-la, indicando que alguns neurônios encontravam-se "desativados".
"Este tipo de atividade ocorre em poucas células. Por exemplo, de 20 neurônios monitorados em um experimento, 18 permaneceram acordados. Em outros dois experimentos houve sinais de curtos períodos de sono alternados com períodos de silêncio", lembra Cirelli.
Como os pesquisadores aplicaram apenas tarefas que exigiam coordenação motora, eles concluíram que os neurônios afetados pelo período de sono estão localizados no córtex motor, nos lobos frontais do cérebro.

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